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Frederick Wassef é ligado à família Bolsonaro A Procuradoria-Geral da República (PGR) instaurou um procedimento para apurar um suposto pagamento feito pela JBS ao advogado Frederick Wassef, ligado à família do presidente Jair Bolsonaro, entre 2015 e 2020. Uma eventual irregularidade pode reforçar os indícios de omissão nas delações premiadas dos ex-executivos da empresa, o que levaria à revogação dos benefícios concedidos a eles.
De acordo com reportagem publicada pela revista Crusoé, documentos obtidos pelo Ministério Público do Rio de Janeiro junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) demonstraram que Wassef recebeu R$ 9 milhões da JBS ao longo dos últimos cinco anos. A publicação diz, ainda, que Bolsonaro pediu diretamente ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que ele recebesse Wassef para uma reunião, no fim 2019.
Em nota, a PGR nega que Aras tenha recebido qualquer solicitação de Bolsonaro e afirma que ele "não participou de nenhum dos contatos que trataram de eventual proposta de repactuação do acordo de colaboração premiada da empresa com envolvimento do advogado Frederick Wassef".
Já o subprocurador-geral da República José Adonis de Araújo Sá, ex-coordenador do grupo de trabalho da Operação Lava-Jato na PGR, confirmou ao Valor ter encontrado com Frederick Wassef.
Ele diz que o advogado apareceu em seu gabinete por encaminhamento de Augusto Aras, mas afirma desconhecer a suposta intermediação prévia de Bolsonaro junto ao ex-chefe. O subprocurador também nega ter recebido ligação do presidente.
"A conversa foi rápida, pois o advogado não tinha procuração para o caso que desejava tratar. Disse que apresentaria, mas não retornou. A conversa foi somente essa", respondeu, ao ser questionado pelo Valor.
As delações de ex-executivos da JBS, firmadas em 2017, aguardam uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a necessidade ou não de rescisão, diante de indícios de omissões por parte dos colaboradores. Nos autos, Aras já se manifestou contra a possibilidade de uma renegociação com os infratores.
O julgamento sobre a rescisão chegou a ser pautado duas vezes pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, a primeira para 11 de junho e, depois, para 17 de junho. No entanto, o processo foi retirado da agenda em razão das discussões sobre o inquérito das "fake news". Não há nova data prevista.
Outro lado
A JBS informou, em nota, que Frederick Wassef não representa a companhia e nem se manifesta em nome da empresa junto à PGR.
De acordo com a JBS, o escritório de advocacia de Wassef atuou para a companhia em inquéritos na esfera policial. A companhia alegou que os contratos são protegidos por sigilo legal e que, por isso, não pode revelar o valor deles. A última nota fiscal em nome de Wassef foi emitida em 2019, segundo a JBS.
Confira a nota da JBS na íntegra:
?A JBS esclarece que o escritório de advocacia mencionado não representa nem se manifesta em nome da Companhia junto à PGR.
A empresa informa que os serviços prestados pelo escritório tiveram como finalidade atuação em inquéritos na esfera policial e que esses serviços foram prestados e pagos mediante emissão notas fiscais, sendo a última referente ao ano de 2019. Os valores e detalhes do contrato são protegidos por sigilo legal.
A Companhia mantém um processo de auditoria de fornecedores, os quais são submetidos a due diligence e à aprovação da área de Compliance, o que também se aplica ao caso em questão. Esse processo realizou, ao longo do ano passado, 9.486 análises de forma independente e sistêmica e os casos não conformes foram bloqueados?.
O Advogado Frederick Wassef
Pablo Jacob/Agência O Globo
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